segunda-feira, 23 de julho de 2012

Não era um homem, apenas assemelhava-se a um, era na verdade um anjo. Mas não um anjo qualquer, um negro anjo que trouxe as trevas, fez a escuridão invadir minha cidade, minhas ruas que antes eram tão iluminadas, serenas e alegres como belos e ensolarados fins de tarde. Agora não passa de becos escuros onde aqueles que não tem mais esperanças sentam em meio a fria neblina e catam detritos compartilhando sua solidão com gatos vadios e ratos.
Um anjo que trouxe o apocalipse para minha vida, o juízo final, me fazendo colocar em cheque tudo que tinha como certo e tudo que almejava; trouxe a destruição de minhas certezas mais profundas.
Ao invés de cavalos imponentes me invadia com seus passos certos e seguros, no lugar de espadas flamejantes teus beijos me queimavam, ardiam; sem grilhões tuas mãos me amarravam e me faziam tua prisioneira.
Não sou mais a mesma, antes eu que era a luz virei uma sombra tua e vago por ai sem destino a merce de tuas vontades, sofro por te fazer meu céu, mesmo escuro e nebuloso, que só traz tempestades, mas ainda sim o meu céu. É sou tua escrava, sem alma, sem vontades, só com o desejo de você meu caro belo anjo negro.

Aline Cardoso 19/07/12.

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