domingo, 18 de julho de 2010

Uma noite, um confronto e uma canção...

Era quase meia noite e ela estava parada ali em frente a janela do teu quarto, contemplando a lua que neste dia em particular estava com um mistério, um certo ar de magia que ela não conseguia explicar, a noite estava limpa, calma, lânguida, nada de novo ou relevante acontecia, apenas a lua e a noite que se arrastava juntamente com os ponteiros do relógio, que estava a falhar devido ao desgastes das pilhas que o tempo ajudara a consumir neste incessante trabalho involuntário.
Acabara de sair do banho no quarto não havia luz, as lampâdas haviam queimado e nesta hora hora se recordou que tinha que troca-las, a unica coisa que iluminava aquele ambiente era a luz do luar que penetrava pelos vidros estreitos da janela. Ela estava la sentada a olhar tudo la fora onde nada acontecia; por alguma estranha razão, aquele nada que acontecia insistentemente lhe era familiar, lhe recordava a sua vida que sempre se mostrava firme no seu desejo do nada. 
A uns dias ela achou que esse nada ia se completar, havia conhecido um rapaz, sim estava encantada e não tinha como esconder, o moço havia lhe domado os pensamentos e desejos através dos seus belos modos, de seu olhar envolvente, dos teus beijos tão cheios de desejo. Mas como sua vida se mostrava sempre mais cedo ou mais tarde, implacável á mudanças o nada sempre voltava para dar um olá e lhe amordaçar com tuas amarras. Ele havia sumido, não ligava, não chamava pra sair, nem se quer respondia a recados teus. Nela havia agora somente o insistente, insuportável desejo de ligar, de correr ate ele, de falar que ela estava ali e o esperava, porém era uma mulher de "princípios", "orgulho", fora criada assim, a nunca dar o braço a torcer, não ir atrás de quem não te quer, e mais forte que o desejo de procurar eram as celas do  seu "amor próprio", talvez estivesse cansada de se auto amar tanto e só si mesma, ninguém a amar a ela também, porem isso não importava agora.
A noite continuava estática através da janela, com seu nada constante, ate que uma canção rompe aquele silencio ensurdecedor, cri cri cri; ela olha a procura daquele pequeno ser que nas noites mais quentes de verão disparava sua canção que a natureza que concedera, cri cri cri, era a unica coisa que encontrava, aquele canção despertou de seus devaneios, e agora se fazia trilha sonora sob a luz do luar.
Porem a cada segundo este som se mostrava mais presente e insistente, e ela já estava aborrecida, será que ninguém poderia fazer aquele inseto ficar em silencio, aquele som lhe parecia insuportável, a raiva fora lhe tomando conta, mas estava com raiva do que? do som de um grilo? o que estava acontecendo com ela estava com raiva de um pequeno ser, o que lhe incomodava não era o som que este fazia, mas sim sua solidão, o barulho era um simples pretexto para fugir de si mesma, de escapar de um confronto com seu alterego. Tudo que ela tentava em toda sua vida era não estar sozinha consigo própria, ela tinha medo de si, não se conhecia, não sabia do que era capaz, e tinha medo do que ia encontra no fundo de sua alma, só uma coisa ela sabia, era sua pior inimiga; a unica pessoa que no mundo sabia como de verdade se fazer mal, que conhecia em todos os âmbitos todos os seus medos, frustrações desejos e infelicidades, ela sabia onde tocar pra machucar; e este momento a sós consigo que jogava bruscamente no contato com a pessoa que ela mais temia e evitava, então procurava constantemente e freneticamente uma válvula de escape, afinal neste mundo contemporâneo com suas tecnologias e modernidades, que davam portas para escapar, estava ligada a tudo a todo momento. Mas não naquele momento, mas não ali, e só conseguia agora ansiar desesperadamente por uma porta pra fugir, buscava-a em qualquer lugar com os mínimos detalhes, e com o canto do inseto não havia de ser diferente era só a tentativa desesperada de ser esconder de seus fantasmas. 
Caíra em desespero e os prantos lhe molhavam a face acometida por uma expressão de profunda dor, e naquela noite calída nada acontecia, somente a luz do luar que revestia tudo ao redor, e uma canção que soava distante que embalava os sonhos desesperados de uma noite; cri, cri, cri.

sábado, 17 de julho de 2010

Prazer somos os Na Taverna...

Olá gente, deixe começar este post nos apresentando. Eu sou Aline, e este blog é composto por três integrantes Bié, Julia, e eu prazer em estar aqui com vocês, sejam bem vindos a nossa taverna; podem se chegar arrumar uma mesa, fazer seus pedidos e aconchegar-se junto a nós.
Agora me explico aqui o porque deste nome exótico para o nosso pequeno diário eletrônico. Tem um autor que mega admiramos Álvares de Azevedo, creio que com sua breve historia de vida (pois o mesmo faleceu aos 20 anos de idade devido uma tuberculose que adquirira nas suas noitadas inconseqüentes) porem muito bem vividos. Na sua trajetória ele foi poeta e um grande escritor, e entre suas obras a um livro em especial que marcou a nossa vida de maneira singular: "Noites na taverna", onde quatro amigos se encontram em uma taverna, para beberem, desfrutarem da companhia de mulheres, luxúria, libertinagem e por fim contemplarem a noite calída que assolava a cidade. Neste encontro se resulta conversas e confissões de suas vidas, todas de âmbito pessoal e ate mórbido. O que mais fascina neste livro é amizade destes mancebos e a cumplicidade entre si e suas narrativas. 
Devido a este fato resolvemos fazer um blog nosso, de três amigos onde dividimos aqui nossas historias, expectativas, sonhos, confidenciamos coisas mais profundas de nossa essência, afinal vamos tentar fazer disso uma conversa informal entre amigos em uma mesa de bar, onde de tudo pode sair e acontecer. Falaremos de tudo que tivermos vontade, moda, musica, arte, literatura, cinema, amor, sentimentos, relacionamentos e acima de tudo desabafaremos ao prantos ou sorrisos regados de um bom copo vodca e ombro amigo.
Espero que gostem, fazemos isso com o coração mente e alma. Aqui me despeço neste primeiro post de apresentação.
Que a densa noite acolha teus mais sórdidos desejos.
Aline Cardoso.